Programa de Trabalho Educativo completa 30 anos transformando vidas de alunos com deficiência Â
Mais do que atender alunos com necessidades especiais e preparar estudantes com deficiência e Transtorno de Espectro Autista para o mercado de trabalho, o Programa de Trabalho Educativo (PTE), da Secretaria Municipal de Educação (Smed), transforma vidas.
Implementado há 30 anos, o PTE atende, atualmente, cerca de 200 jovens e adultos com deficiência matriculados nos anos finais do ensino fundamental da rede de Porto Alegre e aborda temas relacionados ao autoconhecimento, independência, mundo do trabalho, vida adulta, postura e perfil profissional, estimulando os alunos a descobrirem sua área de interesse e engajaram-se em uma carreira.
"O programa oferece novas possibilidades de aprendizagem para além do espaço da escola e já transformou a vida de milhares de estudantes e suas famÃlias ao longo destes 30 anos. Reforçamos o compromisso em fortalecer e ampliar esta iniciativa que tanto tem contribuÃdo para ampliar os horizontes, promover a cidadania e a inserção destes estudantes no mercado de trabalho, que têm um potencial enorme e precisam de oportunidades", afirma o secretário de Educação, Leonardo Pascoal.
A estudante Fabiany da Cunha Miranda  Bastos dos Santos, 15 anos, teve o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos 14 anos e conta que sempre teve muita dificuldade para se entender. ''Eu achava que não seria capaz de conseguir alcançar algo na vida. As pessoas sempre falavam do meu potencial, mas eu nunca acreditei. O PTE me mostrou que eu sou capaz, que eu posso voar muito alto. Quero ser psicóloga neuro infantil para ajudar crianças e adolescentes a descobrirem seu diagnóstico o mais cedo possÃvel para não precisarem passar pelo que passei por ter recebido o diagnóstico tardio’’, conta.
As transformações não ocorrem só nos estudantes, mas nas famÃlias que têm uma mudança de olhar. ''No inÃcio da adolescência, minha a filha começou a ficar mais introvertida, não gostava de sair, de ficar no meio de outras pessoas. Foi um perÃodo bem difÃcil. Quando ela recebeu o diagnóstico passamos a entender muito do seu comportamento, mas eu como mãe tinha receio de deixar ela crescer e ser independente, pensava que sempre precisava de cuidado e suporte. Este programa trabalhou tanto nela como em mim. Ver ser crescimento hoje é uma grande alegria’’, diz Daniela dos Santos, mãe de Fabiany.
O PTE está presente nas quatro escolas municipais de ensino especial: Lucena Borges, Lygia Averbuck, Elyseu Paglioli e Tristão Sucupira Vianna, na Escola BilÃngue de Surdos Salomão Watnick, no Centro Municipal de Educação do Trabalhador (CMET) Paulo Freire. Atende ainda os alunos de inclusão das demais escolas de ensino fundamental da rede, por intermédio da Sala de Integração e Recursos (SIR-PTE).
Lissandra Mendonça