Estudo inédito aponta impacto de enchente nas árvores de Porto Alegre
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) realizou um estudo inédito para avaliar quais impactos a enchente de maio 2024 causou na vegetação em vias e praças das regiões do Centro Histórico e 4º Distrito da Capital. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 7, durante o Ciclo de Palestras da Semana da Superação e da Solidariedade de Porto Alegre.
A pesquisa apontou que, das 6.285 árvores existentes na região, 4.449, ou seja 71,6%, ficaram submersas por alguns dias. A partir de uma amostragem de diferentes espécies, 10,4% foram classificadas como mortas, em razão da falta de oxigenação nas raízes e nos troncos. 5,9% estavam em condições ruins e 78,4% apresentaram estado bom ou regular.
“A vegetação mais afetada pela enchente era de menor porte, com até nove metros de altura e diâmetro à altura do peito inferior a 40 cm, demonstrando maior vulnerabilidade ao longo período em que permaneceram submersos”, afirma a coordenadora de Arborização Urbana da Smamus e coordenadora do estudo, Verônica Riffel. “Identificamos que os fatores determinantes para a resistência foram a altura e o diâmetro do tronco. As árvores maiores, em função de suas raízes mais profundas, conseguiram manter-se sadias e estáveis durante o período”, conclui.
O estudo aponta ainda que 80% das árvores em pior estado estavam no sistema viário e que tanto espécies nativas (47,5%) como exóticas (52,5%) sofreram com o longo período submersa.
Políticas públicas - O objetivo do estudo é compreender como a vegetação urbana reage aos eventos climáticos extremos para definir políticas públicas capazes de garantir a preservação das espécies na cidade. “Sabemos do papel fundamental que a arborização tem na adaptação climática e mitigação de gases de efeito estufa. Por isso, usamos a tecnologia para compreender como as espécies se comportam para agirmos de forma assertiva e garantir a sobrevivência das espécies”, explica o secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm.
Arbolink – O estudo de impacto da enchente na arborização foi viabilizado por meio do sistema digital Arbolink, que permite o mapeamento e o monitoramento preciso das árvores da cidade. Integrado ao projeto POA+Verde, o sistema tecnológico oferece ferramentas para o inventário das árvores, possibilitando o registro de informações como espécie, altura total, altura do tronco, diâmetro do tronco e da copa, além das condições de saúde de cada exemplar. Marcelo Leão, diretor da Propark, responsável pela ferramenta, salienta que se utiliza inteligência artificial, o que diminuiu consideravelmente a subjetividade das avaliações técnicas.
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Lissandra Mendonça