O primeiro Boletim Epidemiológico sobre Intoxicações Exógenas, causadas por substâncias ou compostos químicos, foi lançado pela Diretoria de Vigilância em Saúde em 24 de janeiro. A publicação apresenta os 1.449 casos notificados entre agosto de 2023 e julho de 2024. Do total, 852 tiveram intoxicação confirmada. As intoxicações exógenas incluem medicamentos, agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados. Todos os casos suspeitos devem ser notificados à Vigilância Ambiental de Porto Alegre. A notificação deve ser feita por médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis por serviços de saúde públicos ou privados que prestam assistência a pacientes.

Alguns dados chamam atenção: 60,3% dos casos têm relação com tentativa de suicídio, 25,2% com abuso de drogas e 9,17% intoxicações acidentais. Nas crianças até 9 anos, a intoxicação mais frequente é acidental, por ingestão de produtos químicos de forma acidental; na faixa dos 10 aos 19 anos, há alto índice de intoxicações por tentativas de suicídio. 

“Os números nos alertam para a importância de medicamentos e produtos químicos como os utilizados para limpeza serem armazenados em locais com acesso restrito, para evitar a ocorrência de ingestão acidental”, recomenda a enfermeira Elisabete Sabka. Ela é responsável pela vigilância das intoxicações exógenas na Diretoria de Vigilância em Saúde.

A publicação inclui a definição de caso das intoxicações, o cenário epidemiológico da cidade, o Sistema Sentinela de notificação municipal e o perfil das vítimas de intoxicação dos 1.449 casos analisados. São trazidos para leitura dados como sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, grupos de agentes tóxicos causadores das intoxicações, os principais agentes causadores das intoxicações acidentais. O desfecho dos casos, se houve hospitalização e a evolução, também estão descritos no boletim.