EPTC apresenta balanço com 45 mortes no trânsito da Capital no 1º semestre
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) divulgou o balanço do primeiro semestre de 2025 sobre ocorrências fatais no trânsito de Porto Alegre. Entre janeiro e junho deste ano, foram registradas 45 mortes, mesmo número que em 2024, no período. Deste total, 15 (33%) eram condutores de motocicletas, quatro (9%) de automóveis, seis (13%) de bicicletas e um (2%) condutor de patinete.
As motocicletas estiveram envolvidas em outras mortes no trânsito, sendo cinco de pedestres atingidos por moto e uma de um ocupante (carona), o que representa o envolvimento deste veículo em 47% dos óbitos. Os dados são do Observatório de Mobilidade (ObservaMob) da EPTC.
“Estes indicadores, com elevado número de mortes, alertam para a necessidade de mais respeito à sinalização e às regras de trânsito. Vamos intensificar as ações de fiscalização, educação e engenharia de tráfego para coibir esses excessos, reduzir as ocorrências e, assim, salvar vidas”, afirma o diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto.
O levantamento aponta que, em dez (23%) das 44 ocorrências com vítimas fatais, ao menos um dos condutores envolvidos não possuía habilitação. Dentre esses casos, cinco envolviam motociclistas.
Os pedestres representam 36% do total de mortes, com 16 registros. Neste total de atropelamentos, seis (38%) das vítimas foram atingidas por automóvel; cinco (31%) por motocicleta; quatro (25%) por ônibus e uma (6%) por trator.
Das 45 vítimas fatais registradas, 35 (78%) eram do gênero masculino e dez (22%) do feminino. Do total, 17 pessoas (38%) morreram no local do sinistro, enquanto 28 (62%) vieram a óbito dentro do período de até 30 dias após o ocorrido.
A terça-feira foi o dia da semana com maior número de sinistros com morte, somando 11 casos (25%), seguida pela quinta-feira com dez casos (24%). Quarta-feira, sexta-feira e domingo registraram cinco casos cada (11%), enquanto segunda-feira e sábado contabilizaram quatro casos cada (9%).
Em relação à distribuição geográfica, a região Sul da cidade concentrou o maior número de sinistros com morte, totalizando 17 ocorrências (39%), seguida pela região Norte com 13 (30%), Leste com oito (18%) e Centro com seis casos (13%).
Dos 44 sinistros com morte registrados, em dez casos (23%) foi identificado ao menos um condutor envolvido sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) regularizada ou sem possuir CNH.
A idade média das vítimas fatais é de 42 anos. Entre os 15 condutores de motocicleta vítimas, a média de idade é de 34 anos, uma das mais altas dos últimos cinco anos. Já entre os condutores envolvidos em sinistros com morte, a média de idade é de 41 anos, sendo de 38 anos a média dos condutores que vieram a óbito.
Do total de vítimas fatais, 11 eram pessoas idosas, o que representa 24% dos óbitos. Desses, oito (73%) eram pedestres, dois (18%) condutores de automóvel e um (9%) ciclista. A idade média dos idosos vítimas é de 70 anos, sendo 55% do sexo masculino.
A maioria das mortes de pessoas idosas ocorreu no turno da noite (45%) e da tarde (27%). Os demais casos foram registrados no turno da manhã (18%) e na madrugada (10%).
Entre os condutores de motocicletas envolvidos nos sinistros com morte no semestre, cinco eram motofretistas e realizavam entregas no momento do sinistro, o que representa aproximadamente 31% do total. Além deles, um outro profissional da categoria também perdeu a vida fora do horário de serviço. Já em quatro casos (27% dos motociclistas ou 9% do total), ainda não foi possível confirmar se havia vínculo com a atividade de entrega.
O monitoramento constante dos dados e a análise detalhada das ocorrências permitem o planejamento de políticas públicas e ações educativas voltadas à prevenção de mortes e ferimentos nas vias da Capital.
Condutas de risco – Os principais fatores e condutas de risco, entre os 30 sinistros com morte (68% do total) já avaliados pela Comissão de Análise de Sinistros com Morte do Programa Vida no Trânsito, nos seis primeiros meses de 2025, foram: avanço de sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória, velocidade excessiva ou inadequada, condutor sem CNH regular, alcoolemia e conversão ou circulação em local proibido.
ObservaMob - O Observatório de Mobilidade da EPTC engloba um conjunto de soluções capazes de captar, processar, disseminar informações e conhecimentos como suporte às tomadas de decisões. Tem como objetivo organizar os dados de mobilidade e gerar indicadores para a realização de estudos e análises sobre a mobilidade urbana e informação qualificada para os cidadãos-usuários, fortalecendo o debate entre a população e os integrantes da empresa.
Vida no Trânsito - Porto Alegre integra o Programa Vida no Trânsito (PVT), coordenado pelo Ministério da Saúde, e desde 2012 faz a análise de todos os acidentes fatais, com o objetivo de identificar os fatores e condutas de risco que resultaram em ocorrências com mortes. As causas de sinistros de trânsito decorrem, na sua maioria, de ações comportamentais dos usuários das vias. A partir da identificação desses fatores e condutas de risco, como subsídio para as áreas de educação, planejamento e fiscalização, as ações são direcionadas para a prevenção de novos acidentes.
Gilmar Martins