Saúde lança curso para qualificar agentes no atendimento a adolescentes
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase/RS), promove o curso “Tamo Junto” para capacitar agentes que atuam em Porto Alegre com adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. O lançamento ocorre às 9h de sexta-feira, 10, na sede administrativa da Fase (avenida Padre Cacique, 1372, bairro Menino Deus). A proposta é qualificar a abordagem e o cuidado prestados aos adolescentes e jovens, especialmente àqueles com demandas relacionadas à saúde, com destaque para agravos em saúde mental.
O curso é financiado com recursos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei (PNAISARI), para a qual as casas da Fase foram habilitadas desde 2019. Tem duração de até quatro meses e será realizado por meio de quatro módulos. Esses módulos abordarão temas como características da adolescência em contextos de vulnerabilidade, aprendizagem socioemocional (incluindo autorregulação emocional, compaixão e comunicação não violenta), aplicação de oficinas práticas e análise de casos para melhor abordagem de adolescentes.
De acordo com a coordenadora da área técnica de Saúde da Criança e do Adolescente, Sonia Silvestrin, o projeto já vinha sendo desenvolvido com os adolescentes da Fase e serviu como base para a elaboração proposta. “Nossa intenção é que, após o segundo semestre, este curso passe a ser ofertado dentro do ambiente de educação a distância da prefeitura, o EducaPOA, ampliando o alcance para toda a nossa rede de cuidado, com foco nos adolescentes”, destacou.
A proposta futura deve envolver profissionais do sistema socioeducativo e das áreas da saúde, educação e assistência social, promovendo uma abordagem multidisciplinar. O objetivo é qualificar o atendimento, contribuindo para que esses jovens recebam um suporte mais humanizado e eficiente em seu processo de recuperação e reintegração social.
A Fase/RS, criada em 2002, é uma instituição pública que atende adolescentes autores de atos infracionais, substituindo antigos modelos repressivos, como a Febem. Sob as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), adota práticas que promovem a proteção integral e o respeito às particularidades dessa população, consolidando o processo de modernização das políticas públicas iniciado na década de 1990.
Cristiano Vieira