Samu lança aplicativo para criar rede de proteção ao coração
Na semana em que completa 24 anos de serviços à população de Porto Alegre, o Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lançou, nesta quinta-feira, 28, uma ferramenta que tornará Porto Alegre a primeira cidade cardioprotegida do país. O aplicativo “Coração no Ritmo Certo” cadastrará voluntários que possam ser acionados pelo Samu e atuem diante de situação de paradas cardiorrespiratórias (PCR) no tempo do deslocamento da ambulância até o local da ocorrência.
“Com o aplicativo, montaremos uma rede de proteção ao coração. Em uma PCR, tempo é vida”, explica o coordenador do Samu Porto Alegre, Marcos Mottin, enfatizando que, a cada minuto sem atendimento, o paciente em PCR perde 10% da chance de êxito do atendimento. O projeto é pioneiro no país.
O app Coração no Ritmo Certo estará disponível para usuários do sistema Android na próxima semana. Usuários do sistema IOS deverão aguardar até janeiro. De acordo com o diretor comercial da True Information Technology, parceira do Samu que desenvolveu o app e é a fornecedora do software de regulação do serviço de urgência, Nilton Goulart, a expectativa é que entre seis meses e um ano o aplicativo opere como projeto piloto, com ajustes e aprimoramento. A previsão do gestor é cadastrar de oito a dez mil profissionais da área da saúde e alunos de cursos da área, além de cidadãos que se disponham a atuar como voluntários.
De acordo com o coordenador do Samu, a primeira etapa do projeto consiste no cadastro dos voluntários. Depois de
cadastrados, os voluntários deverão estar capacitados para atender uma PCR. A capacitação será feita pelo Samu ou por entidades parceiras. “Capacitados, os voluntários receberão um código, que habilitará o uso do aplicativo e permitirá o socorro a pacientes”, explica Mottin. Na segunda etapa do projeto, será disponibilizada, em georreferenciamento, a localização dos desfibriladores externos automáticos (DEA). “Neste momento, mil pessoas, profissionais da área da saúde, estão aptas a utilizar o app, eles serão os primeiros voluntários”, enfatiza o coordenador. Os voluntários serão acionados a qualquer momento, e quem estiver mais próximo de uma pessoa com parada cardiorrespiratória poderá realizar as manobras na vítima enquanto a ambulância do Samu desloca-se até o local.
“O Samu, pioneiro no país, traz para a cidade mais uma iniciativa pioneira. Aos longo dos 24 anos de atuação, o serviço já fez história e agora oferece mais uma ferramenta de qualificação do atendimento prestado à população”, frisa o titular da SMS, Pablo Stürmer. Para o secretário, a política do Samu deve ser reforçada e mantida em qualidade e eficiência, tendo como desafio agregar inovação e tecnologia, com objetivo de garantir à população acesso com qualidade e menor custo. “O lançamento do app Coração no Ritmo Certo é um exemplo de que serviço pode ser público sem ser estatal. Esta é uma parceria do poder público e inciativa privada que contará com a sociedade para salvar vidas”, enfatiza.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é um serviço público especializado no atendimento pré-hospitalar móvel, que presta socorro a pessoas em situações de dano grave à saúde, seja ele de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica e outras. É acessado pelo 192, gratuitamente, de qualquer telefone, e tem como objetivo chegar precocemente à vítima após o agravo, diminuindo o sofrimento e evitando sequelas ou mesmo a morte.
Hoje, o Samu conta com aproximadamente 300 colaboradores. São 16 equipes em plantão 24h, sete dias por semana, distribuídas em vários pontos da cidade. Dos total, 13 são de suporte básico com técnicos ou auxiliar de enfermagem e motoristas. As outras três são avançadas, e dispõem de médico, enfermeiro e condutor. As equipes são acionadas pela Central de Regulação do 192. De acordo com o coordenador do Samu, ao mês são 30 mil chamadas ao 192, que passam por triagem. Do total, 12 mil são casos de atendimento pela central de regulação, e cerca de seis mil exigem deslocamento de ambulâncias.
Gilmar Martins