Manoelle Duarte/SMED PMPA
Avaliação ajudará a montar estratégia para qualificar ensino
A apresentação dos dados para os diretores das escolas de Ensino Fundamental foi feita no último dia 11, em reunião no auditório da Smed. Em Matemática, os estudantes do 5º ano tiveram 54,62% de acertos, enquanto os do 9º ano obtiveram 38% de respostas certas. Em Língua Portuguesa, os alunos do 5º ano acertaram 53,05% da prova e os do 9º ano, 48%. Foram 15 questões de cada disciplina para crianças menores e 20 de cada para as crianças maiores.
Também realizaram o teste 311 alunos de inclusão (com deficiência), em provas adaptadas e cujos resultados não estão inseridos nesses percentuais de rendimento. Uma nova avaliação diagnóstica da rede já está definida para o fim do ano.
De acordo com o secretário municipal da Educação, Adriano Naves de Brito, não foram estipuladas metas de notas a serem alcançadas para composição de um ranking classificatório, porque o objetivo da avaliação é conhecer o estágio de aprendizagem de cada aluno para elaborar estratégias pedagógicas para melhorar a aprendizagem. Brito pondera que diversas variáveis podem interferir no resultado, mas destaca o alto índice de infrequência como um dos fatores determinantes.
“Os dados mostram que temos um enorme desafio pela frente. Para virar esse jogo, precisamos do envolvimento de toda a sociedade. O problema começa na educação infantil, mas segue por toda a vida escolar. A infrequência atinge todas as etapas e prejudica muito o processo de alfabetização, o que se reflete em todo o histórico de aprendizagem”, diz o secretário.
“Estamos entregando para as escolas o resultado da primeira avaliação diagnóstica do Ensino Fundamental público, estatal e não estatal, mantido pelo Município. Os resultados da prova que a Prefeitura aplicou em maio confirmam o mau desempenho dos nossos alunos, já atestado pelo Ideb em 2015, último ano em que a cidade teve esse índice divulgado. É por isso que estamos fazendo mudanças na estrutura da Educação da Capital”, enfatiza o prefeito Nelson Marchezan Júnior.
Marchezan diz ainda que a avaliação infelizmente atesta que a proficiência dos alunos é baixa, principalmente nos anos finais. “O problema nasce na alfabetização, e é na Educação Infantil que temos de colocar nossos maiores esforços. A infrequência na pré-escola e nos primeiros anos do Fundamental é fator decisivo para não alfabetizarmos as crianças na idade correta. Todos, poder público, sociedade em geral e pais, temos de nos empenhar para mudar esse quadro”, argumenta.
Análise de desempenho - A avaliação diagnóstica, independente e inédita na rede municipal de ensino, traz a análise quantitativa dos dados, disposta em três níveis de percentual de acertos, que, por sua vez, correspondem a três níveis de habilidades mentais: até 60% de acertos, entre 60% e 80% de acertos, e acima de 80% de acertos. Os dados de rendimento são apresentados por região da cidade e por escola, em um boletim de 70 páginas.
Também é mostrada a análise qualitativa, com os percentuais de desempenho individualizados de cada aluno nas competências propostas. É possível identificar, portanto, as habilidades que já estão bem desenvolvidas e as que precisam melhorias nas práticas pedagógicas.
“Agora, vamos partir para a fase de investigação e cruzamento dos dados, pois o diagnóstico irá subsidiar a tomada de medidas corretivas ou de avanço. Temos realidades diferentes em cada uma das escolas e muitos desafios a serem superados, mas cada passo é importante para melhorar as condições de aprendizagem. Temos qualidade técnica para isso”, destaca a diretora pedagógica da Smed, Maria Claudia Bombassaro Callegari.
A prova foi aplicada no último dia 8 de maio. O teste ainda foi acompanhado de um questionário sobre o contexto socioeconômico dos estudantes. A fim de detectar eventuais elementos externos que possam influenciar na aprendizagem, professores e diretores também participaram do diagnóstico, respondendo a perguntas sobre a escola, perfil profissional e as condições de trabalho. Para garantir a imparcialidade na avaliação, a Smed contratou, por meio de licitação, uma empresa especializada para aplicação da prova.
Cristina Lac
Taís Dimer Dihl