Luciano Lanes/PMPA

O primeiro dia de almoço gratuito oferecido pela prefeitura nesta segunda-feira, 13, beneficiou 140 pessoas em situação de rua que foram ao Ginásio Tesourinha e puderam fazer a sua refeição em segurança e com dignidade. No local também foram oferecidos serviços médicos como aferição de pressão e glicemia. Os almoços serão servidos de segunda a sexta-feira, das 11h30 até 14h30, no Ginásio Tesourinha, numa parceria da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE) e da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra).

O funcionamento inicia-se por um cadastramento, onde é comprovada a vulnerabilidade de cada um, que recebe uma ficha para acessar a sala em que o almoço está sendo servido. Enquanto aguardava para participar da primeira etapa, o ex-pintor Jorge Luiz Belmonte explicou que, quando precisava pagar pela refeição, mesmo pouco, era complicado, especialmente, em dias de chuva. “Quando tem que ir cedo para a fila, a gente perde toda a manhã e não consegue fazer mais nada. Eu achei bem legal darem o almoço sem cobrar e só para morador de rua”, revelou o catador de latinhas, frequentador do Albergue Dias da Cruz. “Eu li no jornal que hoje teria o almoço”, respondeu ao ser questionado sobre como teria ficado sabendo da ação. 

O cardápio, composto por carne de panela, batata doce, arroz, feijão, salada de tomate, cebola, pepino e banana de sobremesa, agradou os frequentadores. “Dá pra ver que essa comida foi feita com muito amor. Estava muito boa, vou vir todos os dias. E não precisar pagar foi uma benção", diz Marco Antônio da Silva Alves, 55 anos. Vivendo na rua há 25 anos, o pintor e chapeador faz bicos para sobreviver e é assíduo frequentador dos serviços da prefeitura. “Eu janto e durmo no albergue. Tomo banho, café e lancho no Centro Pop”, completa. 

A estrutura do restaurante será mantida por, aproximadamente, 60 dias, até a conclusão do Chamamento Público que irá implantar os restaurantes gratuitos em cinco regiões da Capital. “As pessoas em situação de rua terão, além de almoço, acesso a todos os serviços da prefeitura que são destinados a essa população, como aluguel Solidário, Mais Dignidade, Centros Pop e albergues. Queremos dar dignidade e autonomia para esse cidadão. Vamos ofertar muito mais que um almoço, vamos dar todo o suporte para que essa pessoa tenha como decidir o rumo da sua vida”, diz o diretor-geral de Direitos Humanos da SMDSE, Dari Pereira. 

Segundo pastor Landerson Santana, diretor da Adra para o Rio Grande do Sul, o almoço é uma parte, mas a dignidade, a projeção social, o apoio a essas pessoas pela sociedade civil é fundamental. “A comunidade precisa se envolver e vir participar como voluntária. Todos têm algo para doar: seu tempo, seu carinho, seu amor e sua atenção”, finaliza.

Aqueles que desejarem podem participar como voluntários para ajudar a servir os almoços. O interessados devem adicionar o WhatsApp 051 98037-9548 e se candidatar.