Seminário aborda história e importância da triagem neonatal
A triagem neonatal, popularmente conhecida como teste do pezinho, detecta doenças genéticas e infecciosas no recém-nascido antes que os sintomas se manifestem, evitando sequelas intelectuais e físicas graves. Nesta segunda-feira, 16, o Seminário Junho Lilás, mês de conscientização para o tema, reuniu profissionais para contar um pouco da história da triagem neonatal no Estado.
O encontro foi organizado pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Rio Grande do Sul (SRTN-RS) e marca seus 24 anos de atuação. Desde a criação, em 2001, o serviço funciona no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), administrado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
“Queremos conscientizar a população da importância da coleta do teste do pezinho, para que se possa fazer o diagnóstico precoce e início de tratamento das doenças identificadas pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal”, afirma a coordenadora do SRTN-RS, Vivian Spode Coutinho.
O SRTN é responsável pela triagem e busca ativa de bebês com alguma suspeita de doença, consulta com equipe multiprofissional especializada para acolhimento e confirmação diagnóstica, exames complementares e tratamento por toda a vida.
"Nesses 24 anos, foram triados 2.275.709 bebês, e 2,5 mil diagnósticos formam confirmados", informa Vivian. Atualmente, o serviço acompanha 1.922 pacientes. Entre primeiras consultas e consultas de retorno, por equipe multiprofissional, são mais de 10 mil por ano.
Seminário - A programação contou com homenagens a pessoas que fizeram parte da história da triagem neonatal no Estado. Participaram como palestrantes a representante da área de Saúde da Criança da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Jeanice Cardoso, que apresentou um histórico da triagem neonatal. A coordenadora do SRTN-RS, Vivian Spode Coutinho, falou da atuação do serviço, que é constituído por laboratório e ambulatório e conta com 23 profissionais.
Após, o médico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Jonas Saute, falou do projeto AME (atrofia muscular espinhal), que ainda não consta nas doenças rastreadas no teste do pezinho. O fechamento da manhã ficou por conta da coordenadora de Saúde da População Negra da SMS, Gisele Martins Gomes, que falou de anemia falciforme. À tarde, ocorre a comemoração dos dez anos da implantação da hiperplasia adrenal congênita no SRTN/RS, com a participação da endocrinologista pediátrica Cristiane Kopacek.
Integraram a mesa de abertura a secretária-adjunta de Saúde, Jaqueline Cesar Rocha, a representante da Secretaria de Estado da Saúde, Cíntia Wyzykowski, o diretor-geral do HMIPV, Marcos Slompo, a coordenadora do Serviço de Referência em Triagem Neonatal do Rio Grande do Sul, Vivian Spode Coutinho, a presidente da Sociedade Brasileira em Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo, Carolina Fischinger, e a presidente do Instituto Atlas Biosocial, Deise Zanin.
Teste do pezinho - Hoje, o exame pelo Sistema Único de Saúde oferece o diagnóstico de sete doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita. Para eficácia do resultado, o teste deve ser feito de três a cinco dias do nascimento.
Gilmar Martins