Exame laboratorial confirma primeiro caso de Monkeypox em morador de Porto Alegre

17/06/2022 15:13

Foi confirmado nesta sexta-feira, 17, o primeiro caso, importado, de Monkeypox em morador de Porto Alegre. A definição saiu após o resultado de exame laboratorial no Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo. A pessoa tem histórico de viagens a países europeus onde já foi confirmada a doença. Passou por atendimento médico nas ultimas semanas e encontra-se em acompanhamento médico, apresenta quadro clínico estável, sem complicações e está sendo monitorado, assim como seus contatos, pelas secretarias de Saúde do Estado e do Município. 

Não há relação de contato desse com o outro caso que já foi confirmado no RS, que foi de um residente de Portugal em viagem à Capital.  Além desses dois confirmados, um residente em Porto Alegre e outro de Portugal, não há no momento registro de outros casos considerados suspeitos em Porto Alegre.

Dados do Ministério da Saúde até quinta-feira, 16, registravam outros cinco casos no país: quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro. No mundo, são mais de 2,1 mil casos confirmados em 37 países. 

Sobre a doença - A Monkeypox é uma doença viral, e a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato entre pessoas ou com objetos contaminados. A doença causa erupções na pele, que podem ser isoladas em uma única região, ou espalhadas pelo corpo. A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, com posterior cicatrização. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. O período de incubação é de seis a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.

O diagnóstico da doença é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste deve ser realizado em todos os pacientes que forem enquadrados na definição de caso suspeito. As amostras estão sendo direcionadas para os laboratórios de referência, que para o Rio Grande do Sul é o Instituto Adolf Lutz de São Paulo (IAL/SP). 

Uso do termo  - Para evitar que haja um estigma e ações contra os primatas não humanos (macacos), o Ministério da Saúde optou e orienta por não denominar a doença no Brasil como varíola dos macacos. Embora tenha se originado em animais desse gênero, o surto atual não tem relação com ele. Apesar do estrangeirismo, uma tentativa de solucionar a situação foi a de usar a denominação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): Monkeypox. Segundo a pasta do Governo Federal, isso tem o intuito de evitar desvio dos focos de vigilância e ações contra os animais.

Patrícia Coelho

Gilmar Martins