Prefeitura promove dia especial para famÃlias migrantes em Porto Alegre
Entre conversas em português, espanhol, francês e crioulo (dialeto falado no Haiti) no Vida Centro HumanÃstico, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social promoveu a segunda pré-conferência livre Migrações. Neste sábado, 13, famÃlias migrantes da Zona Norte tiveram acesso a serviços como orientações dos Centros de Referência no Atendimento à Mulher (Cram) e em Direitos Humanos (CRDH), atualização de documentos de saúde, aplicação de vacina contra a Covid-19 e cadastro na sistema de vagas da Fundação Gaúcha de Trabalho e Emprego. Os migrantes também apresentaram peças de artesanato e lanches da gastronomia tÃpica de seus paÃses de origem.
De acordo com o diretor de Empreendedorismo Social da SMDS, João Freire, as pré-conferências dão a oportunidade para organizar as pautas urgentes dessas comunidades. “O nosso papel é ser uma porta de entrada para os grupos migrantes que buscam desenvolver suas vidas, para isso é preciso identificar os desafios e analisar as possibilidadesâ€, explicou Freire.
O coordenador da Unidade dos Povos IndÃgenas, Imigrantes, Refugiados e Direitos Difusos (UPIIRDD), Mario Fuentes Barba, destacou que a integração da população migrante é uma das principais ações que podem melhorar o acolhimento no paÃs. “Promover a integração cultural e social é fundamental para brasileiros e migrantes. Quebrar a barreira da lÃngua é uma forma de fazer issoâ€, afirmou Barba.
O Vida Centro HumanÃstico possui um espaço reservado para o Grupo FamÃlia Imigrante. Lá são entregues doações de cestas básicas, roupas e produtos de limpeza para as famÃlias migrantes. Segundo a coordenadora Neusa Batezini, cerca de 250 famÃlias são beneficiadas por mês. “Eles possuem muitas dificuldades financeiras, como resistência em conseguir um emprego, o aluguel consome a maior parte do que recebem no mês e não sobra para itens básicosâ€, alerta Neusa.
Reunificação - A principal demanda dos grupos haitianos é a reunificação com os familiares que ficaram no paÃs de origem. Eles apelam que 148 pessoas, entre filhos, pais e mães de migrantes que já estão aqui, sejam trazidas para o Brasil para fugir das condições de fome, insegurança e violência que enfrentam no Haiti hoje.
Kesler Zamy, um haitiano de 33 anos, está em contato com as autoridades brasileiras para tentar trazer a mãe, filhos e sobrinhos para o paÃs. “Eu estou aqui há oito anos, já me considero brasileiro. Eu tenho documentos, um emprego, uma casa para morar com a minha famÃlia, por isso quero trazê-los pra cá. Temos pressa porque, se os passaportes deles vencerem, não conseguem atualizar, pois os serviços estão todos fechados. Eles irão morrer láâ€, lamenta Zamy.
Confira as datas das próximas pré-conferências e da Conferência Municipal de Migrações:
03/09 – UniRitter Campus Zona Sul
24/09 – Igreja Bairro Santa Rosa
08/10 – UniRitter Campos da Fapa
29/10 – Conferência Municipal de Migrações
Andrea Brasil