Prefeitura promove dia especial para famílias migrantes em Porto Alegre

13/08/2022 17:58

Entre conversas em português, espanhol, francês e crioulo (dialeto falado no Haiti) no Vida Centro Humanístico, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social promoveu a segunda pré-conferência livre Migrações. Neste sábado, 13, famílias migrantes da Zona Norte tiveram acesso a serviços como orientações dos Centros de Referência no Atendimento à Mulher (Cram) e em Direitos Humanos (CRDH), atualização de documentos de saúde, aplicação de vacina contra a Covid-19 e cadastro na sistema de vagas da Fundação Gaúcha de Trabalho e Emprego. Os migrantes também apresentaram peças de artesanato e lanches da gastronomia típica de seus países de origem.

De acordo com o diretor de Empreendedorismo Social da SMDS, João Freire, as pré-conferências dão a oportunidade para organizar as pautas urgentes dessas comunidades. “O nosso papel é ser uma porta de entrada para os grupos migrantes que buscam desenvolver suas vidas, para isso é preciso identificar os desafios e analisar as possibilidadesâ€, explicou Freire.

O coordenador da Unidade dos Povos Indígenas, Imigrantes, Refugiados e Direitos Difusos (UPIIRDD), Mario Fuentes Barba, destacou que a integração da população migrante é uma das principais ações que podem melhorar o acolhimento no país. “Promover a integração cultural e social é fundamental para brasileiros e migrantes. Quebrar a barreira da língua é uma forma de fazer issoâ€, afirmou Barba.

O Vida Centro Humanístico possui um espaço reservado para o Grupo Família Imigrante. Lá são entregues doações de cestas básicas, roupas e produtos de limpeza para as famílias migrantes. Segundo a coordenadora Neusa Batezini, cerca de 250 famílias são beneficiadas por mês. “Eles possuem muitas dificuldades financeiras, como resistência em conseguir um emprego, o aluguel consome a maior parte do que recebem no mês e não sobra para itens básicosâ€, alerta Neusa.

Reunificação - A principal demanda dos grupos haitianos é a reunificação com os familiares que ficaram no país de origem. Eles apelam que 148 pessoas, entre filhos, pais e mães de migrantes que já estão aqui, sejam trazidas para o Brasil para fugir das condições de fome, insegurança e violência que enfrentam no Haiti hoje.

Kesler Zamy, um haitiano de 33 anos, está em contato com as autoridades brasileiras para tentar trazer a mãe, filhos e sobrinhos para o país. “Eu estou aqui há oito anos, já me considero brasileiro. Eu tenho documentos, um emprego, uma casa para morar com a minha família, por isso quero trazê-los pra cá. Temos pressa porque, se os passaportes deles vencerem, não conseguem atualizar, pois os serviços estão todos fechados. Eles irão morrer láâ€, lamenta Zamy.

Confira as datas das próximas pré-conferências e da Conferência Municipal de Migrações:

03/09 – UniRitter Campus Zona Sul

24/09 – Igreja Bairro Santa Rosa

08/10 – UniRitter Campos da Fapa

29/10 – Conferência Municipal de Migrações

Eduarda Alcaraz

Andrea Brasil