Prefeitos e secretários municipais de mais de 20 cidades de seis estados do país participaram, nesta terça-feira, 19, de um encontro no Centro de Monitoramento e Contingência Climática de Porto Alegre. Intitulado "Workshop Porto Alegre: Boas Práticas em Inovação e Sustentabilidade", o evento apresentou as ações realizadas pela prefeitura da capital gaúcha na recuperação pós-enchente de 2024, reunindo gestores públicos de cidades como Salvador, Belo Horizonte, Macapá, São José dos Pinhais, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Pelotas. 

A atividade é uma parceria da Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) com a Codex, empresa de tecnologia especializada em governança de dados e mudanças climáticas. De acordo com Germano Bremm, titular da Smamus, a experiência acumulada pela cidade é um exemplo a ser compartilhado com municípios que buscam fortalecer suas ações em prevenção e adaptação climática por meio de plataformas digitais e gestão de dados. “A tragédia, ao mesmo tempo em que trouxe enormes desafios, acelerou uma transformação digital no planejamento urbano da cidade e ampliou a urgência de respostas baseadas em dados. Porto Alegre se estruturou para ampliar sua capacidade de prevenção, adaptação e resiliência. Queremos compartilhar essas práticas com outros municípios”, explica o secretário. 

Venicios Santos, diretor de Negócios da Codex, reforçou o papel dos municípios na linha de frente do enfrentamento a desastres climáticos, ressaltando que as ações de prevenção, resposta e reconstrução precisam ser articuladas na ponta. “Em Porto Alegre, a Smamus e o Escritório de Reconstrução lideraram iniciativas decisivas, implementando soluções e ferramentas para monitorar, mitigar e prever eventos extremos. É um exemplo claro de como a tecnologia pode servir ao poder público por meio de informações precisas que permitem respostas rápidas, coordenadas e estratégicas”, afirmou ele. A Codex atuou diretamente no desenvolvimento das soluções tecnológicas aplicadas pela gestão municipal em resposta aos impactos da enchente de 2024. 

Soluções - Técnicos da Smamus detalharam como Porto Alegre estruturou um ecossistema de geotecnologia capaz de unir dados urbanísticos, ambientais e climáticos em plataformas interativas e modelagens em 3D. Entre as iniciativas desenvolvidas estão o GeoPOA , uma infraestrutura de dados espaciais para integrar e disponibilizar informações oficiais sobre a cidade; o DMWeb 2.0 , plataforma utilizada para emissão da DMI, consulta e simulação do regime urbanístico; o Portal de Monitoramento , que centraliza informações e promove a transparência dos projetos de reconstrução pós-enchente; e os mapas e painéis interativos que simulam o alcance das inundações e seus impactos na infraestrutura urbana. 

Após, o foco foi direcionado à adaptação climática e ao enfrentamento de eventos extremos. Porto Alegre desenvolveu, de março de 2023 a setembro de 2024, o Plano de Ação Climática (Plac), um instrumento de identificação e estabelecimento de medidas prioritárias de redução de emissões de gases de efeito estufa, de mitigação e de adaptação (social, econômica, ambiental e territorial) frente à mudança climática em Porto Alegre.

Também foram apresentadas iniciativas como o desenvolvimento do Plano de Preparação e Mitigação de Desastres e a atualização do Plano de Contingência. Além disso, os participantes tiveram acesso às estratégias que envolveram a infraestrutura e operação do Centro de Monitoramento de Alerta da Defesa Civil de Porto Alegre (CEMADEC) e a contratação de monitoramento meteorológico durante 24 horas e 7 dias por semana, com previsão do tempo, equipe técnica especializada, emissão de alertas e envio de boletins e avisos, o Sistema de Medição, Monitoramento e Alerta para Riscos Climáticos, com a instalação de totens em áreas de risco. Também foram ressaltados projetos na área de sustentabilidade, como o Programa de Premiação e Certificação em Sustentabilidade Ambiental e o IPTU Sustentável.