Artigo: Conceder não é privatizar

13/10/2022 10:45

Infelizmente, vivemos um tempo em que a grenalização de grandes debates atingiu patamares que ultrapassam a razoabilidade. Qualquer nova forma de resolver velhos problemas esbarra na cultura da oposição pela oposição. Mas, quando se quer entregar uma vida melhor, é preciso estar disposto a debater à exaustão e argumentar com base em dados concretos, não em ideologias. Temos mais um desafio de informar a população sobre um processo que só tem um objetivo: entregar áreas públicas com qualidade aos cidadãos. Os primeiros posts nas redes sociais sobre a concessão de parques tentaram conectar a iniciativa com privatização.

Pois esclareço aqui de forma transparente: conceder a operação de um parque a um parceiro privado não significa de forma alguma privatizar. Porto Alegre, nestes quase dois anos de gestão, já acumula marcas de parcerias bem-sucedidas na revitalização de espaços públicos a partir de recursos privados. O elogiado Muro da Mauá foi um primeiro passo na lógica de inovar para viabilizar obras que o poder público não tem condições de custear. E a lista de bons exemplos já é grande: viadutos Tiradentes, Dom Pedro e Loureiro da Silva, Sítio do Laçador, Refúgio do Lago, Travessa Mário Cinco Paus, Prainha do Iberê e muitos outros espaços retomados. Agora, daremos novos passos à frente. O Parque Farroupilha (Redenção), o Calçadão do Lami, o Marinha e o trecho 3 da orla do Guaíba integram nova fase de parceirização, que começou ainda na gestão anterior com o Harmonia e o trecho 1.

E reforço algumas verdades: todos os espaços continuarão públicos - abertos 24 horas por dia e sem cobrança de ingressos -, as vocações de cada área serão preservadas e a Redenção e o Marinha não serão cercados. O que as concessões farão é tornar reais investimentos em infraestrutura de esporte e lazer, recuperação do patrimônio e uma gama de atrativos e serviços. Tudo com muito diálogo, ouvindo a população em consulta e audiências públicas e nas conversas com permissionários, moradores, lideranças, associações e Legislativo. Não estamos inventando a roda, porque as boas referências estão espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Trabalhamos por uma Porto Alegre que une poder público, moradores e iniciativa privada em um mesmo lado - o que constrói uma cidade melhor. A gente vive, a gente cuida.

Sebastião Melo

Prefeito de Porto Alegre

Artigo publicado na edição desta quinta-feira, 13, no jornal Zero Hora
 

 

Lissandra Mendonça