Vigilância Ambiental captura 28 escorpiões amarelos no Centro em ação noturna
Vinte e oito escorpiões amarelos foram coletados na noite de terça-feira, 13, em ação coordenada pelo Núcleo de Fiscalização Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde em parte do Centro Histórico. Foram abertas 34 caixas secas e tampas de esgoto em trechos de ruas do entorno da Praça Dom Feliciano por profissionais do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE).
Esta foi a sexta ação noturna na região neste ano, com 216 capturas realizadas.
O Centro Histórico o bairro com maior número de capturas e de visualizações do animal. Dois dos três acidentes - quando há picada em ser humano ou animal - notificados à Vigilância Ambiental foram no Centro. O outro, no bairro Mário Quintana.
O escorpião amarelo tem um veneno muito tóxico. A vítima pode morrer em poucas horas. A picada é dolorosa, provoca dor intensa no local afetado, e o veneno se espalha por todo o corpo. O risco de complicações é maior em crianças e pessoas idosas ou com comorbidades.
Em caso de picada, a pessoa deve ser encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro. O HPS é o único local de Porto Alegre com o soro antiescorpiônico.
A biologia dos escorpiões amarelos tem uma peculiaridade: existem apenas fêmeas na espécie. As fêmeas vivem em média quatro anos e se reproduzem pelo processo chamado partenogênese (sistema de reprodução em que as fêmeas produzem descendentes sem que haja a intervenção de machos). A reprodução ocorre, em média, duas vezes por ano, dando origem a 20 filhotes por vez, chegando a 160 filhotes durante a vida.
Números - Em 2024 foram notificados à Vigilância Ambiental quatro acidentes com vítimas humanas. Os bairros são Mário Quintana, Centro, Partenon e São Geraldo. Um cachorro foi picado no Centro Histórico.
Em 2022, foram 475 capturas ou visualizações e seis acidentes. Os animais foram vistos ou coletados nos bairros Centro Histórico, Santa Teresa, Mário Quintana, Menino Deus, Passo da Areia e Anchieta. Em 2023, foram registradas 585 capturas/visualizações e sete acidentes. Em 2024, os números foram menores. Houve 399 capturas/visualizações e quatro acidentes com vítimas humanas e um com animal.
O primeiro registro de visualização do escorpião amarelo em Porto Alegre é de 2001. Desde 2016 a Diretoria de Vigilância em Saúde monitora a situação epidemiológica e ambiental na cidade. Ele não é um animal nativo de Porto Alegre e foi introduzido de forma passiva na Capital. De acordo com os registros da Vigilância Ambiental, a possibilidade mais concreta é de que o animal tenha vindo em caminhões com cargas de hortaliças trazidas da região Sudeste para a Ceasa.
Alimentação e cuidados - Os escorpiões amarelos se alimentam de baratas, por isso é importante manter a limpeza em residências, comércios e vias visando à diminuição da população do animal.
Cuidados preventivos em regiões com confirmação de escorpião amarelo:
Verifique calçados, roupas, toalha e roupas de cama antes de usá-los;
Limpe caixas de gordura e ralos de banheiro e de cozinha;
Mantenha camas e berços afastados da parede;
Evite que lençóis toquem no chão;
Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões;
Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques;
Mantenha os ambientes sem entulhos e sem lixo;
Em comércios, verifique bem o local antes de retirar um produto, especialmente nas prateleiras mais baixas, como as gôndolas de supermercados.
Em caso de visualização, a recomendação é fazer contato pelo serviço 156 (telefone, APP 156+POA ou meio eletrônico, no endereço 156web.procempa.com.br. É importante que o requerente informe o local exato da ocorrência e meio de contato.
Gilmar Martins