Vigilância Ambiental captura 28 escorpiões amarelos no Centro em ação noturna

14/05/2025 17:13

Vinte e oito escorpiões amarelos foram coletados na noite de terça-feira, 13, em ação coordenada pelo Núcleo de Fiscalização Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde em parte do Centro Histórico. Foram abertas 34 caixas secas e tampas de esgoto em trechos de ruas do entorno da Praça Dom Feliciano por profissionais do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE). 

Esta foi a sexta ação noturna na região neste ano, com 216 capturas realizadas. 

O Centro Histórico o bairro com maior número de capturas e de visualizações do animal. Dois dos três acidentes - quando há picada em ser humano ou animal - notificados à Vigilância Ambiental foram no Centro. O outro, no bairro Mário Quintana. 

O escorpião amarelo tem um veneno muito tóxico. A vítima pode morrer em poucas horas. A picada é dolorosa, provoca dor intensa no local afetado, e o veneno se espalha por todo o corpo. O risco de complicações é maior em crianças e pessoas idosas ou com comorbidades. 

Em caso de picada, a pessoa deve ser encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro. O HPS é o único local de Porto Alegre com o soro antiescorpiônico. 

A biologia dos escorpiões amarelos tem uma peculiaridade: existem apenas fêmeas na espécie. As fêmeas vivem em média quatro anos e se reproduzem pelo processo chamado partenogênese (sistema de reprodução em que as fêmeas produzem descendentes sem que haja a intervenção de machos). A reprodução ocorre, em média, duas vezes por ano, dando origem a 20 filhotes por vez, chegando a 160 filhotes durante a vida.

Números - Em 2024 foram notificados à Vigilância Ambiental quatro acidentes com vítimas humanas. Os bairros são Mário Quintana, Centro, Partenon e São Geraldo. Um cachorro foi picado no Centro Histórico. 

Em 2022, foram 475 capturas ou visualizações e seis acidentes. Os animais foram vistos ou coletados nos bairros Centro Histórico, Santa Teresa, Mário Quintana, Menino Deus, Passo da Areia e Anchieta. Em 2023,  foram registradas 585 capturas/visualizações e sete acidentes. Em 2024, os números foram menores. Houve 399 capturas/visualizações e quatro acidentes com vítimas humanas e um com animal. 

O primeiro registro de visualização do escorpião amarelo em Porto Alegre é de 2001. Desde 2016 a Diretoria de Vigilância em Saúde monitora a situação epidemiológica e ambiental na cidade. Ele não é um animal nativo de Porto Alegre e foi introduzido de forma passiva na Capital. De acordo com os registros da Vigilância Ambiental, a possibilidade mais concreta é de que o animal tenha vindo em caminhões com cargas de hortaliças trazidas da região Sudeste para a Ceasa.

Alimentação e cuidados - Os escorpiões amarelos se alimentam de baratas, por isso é importante manter a limpeza em residências, comércios e vias visando à diminuição da população do animal.

Cuidados preventivos em regiões com confirmação de escorpião amarelo:

Verifique calçados, roupas, toalha e roupas de cama antes de usá-los;

Limpe caixas de gordura e ralos de banheiro e de cozinha;

Mantenha camas e berços afastados da parede;

Evite que lençóis toquem no chão;

Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões;

Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques;

Mantenha os ambientes sem entulhos e sem lixo;

Em comércios, verifique bem o local antes de retirar um produto, especialmente nas prateleiras mais baixas, como as gôndolas de supermercados.

Em caso de visualização, a recomendação é fazer contato pelo serviço 156 (telefone, APP 156+POA ou meio eletrônico, no endereço 156web.procempa.com.br. É importante que o requerente informe o local exato da ocorrência e meio de contato.

 

Patrícia Coelho

Gilmar Martins