Celebração marca um ano das Hortas Comunitárias Agroflorestais em Porto Alegre
Lideranças comunitárias, autoridades e parceiros institucionais da prefeitura comemoraram neste sábado, 25, um ano do projeto Hortas Comunitárias Agroflorestais, durante evento realizado na horta demonstrativa localizada no Centro Histórico. A iniciativa, que atualmente contempla 54 espaços de produção orgânica espalhados pelas 17 regiões da cidade, une o cultivo de vegetais à promoção da cidadania, da cultura comunitária e da resiliência ambiental.
“O projeto tem cumprido seu papel ao unir sustentabilidade, inclusão social e alimentação saudável. É um exemplo de política pública que atende às demandas do Orçamento Participativo e planeja o futuro de Porto Alegre. Seguimos comprometidos com a agenda climática e o desenvolvimento sustentável, promovendo ações que incluem cuidado com o meio ambiente e participação cidadã” - Prefeito Sebastião Melo.
O terreno onde hoje funciona a horta, na rua José do Patrocínio, número 70, já abrigou um estacionamento. Após o término do contrato de locação, a área ficou sem uso e se tornou ponto de descarte irregular, gerando insegurança. Diante dessa situação, a Associação de Moradores do Bairro Centro Histórico solicitou à prefeitura a destinação do espaço para a criação de uma horta comunitária.
A partir da reivindicação da comunidade, a Secretaria Municipal de Governança Cidadã e Desenvolvimento Rural (Smgov) lançou o projeto Hortas Comunitárias Agroflorestais, em parceria com a organização da sociedade civil Espaço, Cidadania e Oportunidades Sociais (Ecos). A meta é chegar a 68 hortas implantadas até março de 2026.
“Queremos, no próximo ano, além de consolidar a atual estrutura com capacitações contínuas, aprimorar esse projeto contemplando mais localidades, principalmente nas regiões com maior densidade populacional”, afirmou o secretário Cássio Trogildo.
Durante a celebração, Trogildo apresentou um balanço das ações do projeto: 54 áreas preparadas, mais de 460 ferramentas entregues, o plantio de 1.107 árvores nativas e frutíferas, 26.132 hortaliças e a distribuição de 30.119 mudas de plantas. O investimento total é de R$ 3 milhões, provenientes de parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), por meio do Fundo Municipal de Gestão de Território (FMGT).
A programação do evento incluiu oficinas sobre solos, meliponicultura, hortoterapia, compostagem e produção de mudas, além de apresentações artísticas e culturais que envolveram moradores e visitantes em um ambiente de aprendizado e celebração comunitária.
De acordo com a secretária adjunta da Smamus, Julia Zardo, as hortas estão em sintonia com as diretrizes do novo Plano Diretor de Porto Alegre e com o Plano de Ação Climática (Plac), reforçando o conceito de “cidade esponja”. “Trata-se de muito mais do que plantio de hortaliças. É uma aula viva de educação ambiental e de convivência comunitária”, ressaltou.
Morador vizinho e vice-presidente da Associação Comunitária do Centro Histórico, João Helbio Carpes Antunes celebrou o impacto transformador da iniciativa. “O cotidiano urbano tende a afastar as pessoas da natureza. Com a agroecologia aplicada às hortas comunitárias, aprendemos que é possível resgatar esse vínculo, mesmo no centro de uma grande cidade. Sou uma pessoa sem formação em plantio ou conhecimento técnico, mas tive o desejo de aprender e contribuir para transformar o espaço em que vivo”, destacou.
Hortas Agroflorestais — Modelos de cultivo urbano a partir do Sistema Agroflorestal (SAF), que reproduz a dinâmica das florestas ao integrar árvores nativas, frutas, hortaliças e plantas medicinais. O método é de baixo carbono e permite que áreas degradadas sejam recuperadas, favorecendo a biodiversidade do solo e fortalecendo a sustentabilidade urbana.
Andrea Brasil