O Museu Joaquim José Felizardo (rua João Alfredo, 582 – Cidade Baixa), que teve seu andar térreo inundado por quase um metro de água durante a enchente em maio do ano passado, acaba de receber uma valiosa contribuição acadêmica. Depois de seis meses de trabalho, professores e alunos do Curso de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) fizeram a entrega de um Plano de Emergência para a instituição cultural. O estudo, em caráter de parceria, sem custos para o município, poderá ser utilizado, daqui para frente, para fundamentar protocolos em momentos de crise. O plano foi elaborado no âmbito da disciplina de Tópicos Especiais em Preservação, sob a coordenação dos professores Jeniffer Cuty e Matheus Pereira. 

Plano - O estudo da Ufrgs alinha uma série de decisões rápidas que poderão ser tomadas pelos responsáveis visando à preservação do prédio e dos acervos, à redução de danos e à segurança do público e dos trabalhadores do local. Estabelece protocolos para evacuação segura, proteção de itens de valor inestimável e a comunicação entre os envolvidos, incluindo autoridades, bombeiros e a própria equipe do museu. O planejamento prévio também inclui a identificação e a mitigação de potenciais riscos antes de se transformarem em crises. A entrega do trabalho foi feita à equipe e à diretora do Museu, Elizabeth Corbetta. “Este plano será fundamental, porque poderá nos ajudar na proteção da memória cultural da nossa cidade”, disse a diretora.

Tratamento do acervo – Além do Plano de Emergência, está sendo feito o tratamento da parcela do acervo arqueológico atingida pela enchente, estimada em cerca de 24%. Foi montado um laboratório provisório no andar térreo do museu, onde a conservadora-arqueóloga Susada Dode e a arqueóloga Marcela Dode, especialistas na área, estão coordenando o trabalho de recuperação das peças danificadas. Por ser um trabalho minucioso e delicado, deverá se prolongar durante o ano. 

“Ainda não há uma data certa para reabertura do museu à visitação pública, mas nossa expectativa é que, antes de completar um ano da trágica inundação de maio de 2024, já possamos estar com as nossas exposições abertas de novo. Em março, no aniversário da cidade, pretendemos fazer um grande evento nos jardins do museu, que são uma joia no coração de Porto Alegre”, finaliza a diretora. O atendimento a pesquisadores e visitas técnicas está ocorrendo normalmente e a área externa do museu foi aberta para visitação em 29 de janeiro.