Prefeitura inicia abordagem educativa a flanelinhas
A prefeitura começou, nesta terça-feira, 26, o cadastramento dos guardadores autônomos de veÃculos automotores (flanelinhas) nas vias e logradouros públicos de Porto Alegre. A ação integrada entre as secretarias de Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Social Esporte, e Segurança, com apoio da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), do Sine e Guarda Municipal, tem o objetivo de identificar quem são as pessoas que atuam na atividade, quais suas necessidades e como gerar oportunidades de formação, trabalho e renda para elas.
Na segunda-feira, 25, a Câmara Municipal aprovou o projeto de lei complementar do Executivo (PLCE) que proÃbe a atividade de guardador de carros na cidade. O Legislativo ainda não enviou a redação final do projeto para o Executivo. Assim que isso ocorrer e o prefeito Nelson Marchezan Júnior sancionar a nova lei, os serviços de estacionamento de veÃculos em vias públicas, mediante cobrança de pagamento ou qualquer espécie de contribuição, poderão ser explorados somente pelo MunicÃpio ou por concessionários ou permissionários. O PL se tornou necessário em razão das reiteradas manifestações da população sobre constrangimentos, coação e ameaças praticadas por pessoas que exercem a atividade ilegalmente.
No total, foram efetuados 20 cadastros na operação desta terça-feira, que passou pelo Parque Marinha do Brasil, Parque Farroupilha (Redenção), Hospital Mãe de Deus e Orla do GuaÃba. Até o dia 3 de dezembro, as equipes ainda passarão por outros parques, praças e zonas de grande movimentação da Capital.
Cadastro - Conforme a presidente da Fasc, Vera Ponzio, é responsabilidade dos gestores públicos ofertar novas oportunidades aos vulneráveis antes mesmo da sanção da nova lei. “O cadastro que estamos fazendo possibilita o mapeamento das situações e os encaminhamentos para cursos de reciclagem/formação e profissional/empregabilidade, além de vagas na Educação de Jovens e Adultosâ€, enfatiza.
A articuladora do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) no território Centro, Neiva Chaves, explica que a ação busca apenas identificar formas de ajudar os guardadores a encontrarem novos caminhos. “Não é um registro de cunho intimidador e tem a única intenção de oportunizar alguma estimativa de curso, escolaridade ou posição de trabalho, para realmente viabilizar um processo de inclusãoâ€, ressalta.
De acordo com a Fasc, eles serão direcionados ao Cras Centro, na rua Almirante Ãlvaro Alberto da Mota e Silva (ao lado do Ginásio Tesourinha), no bairro Menino Deus. Lá, será oferecido o acesso à rede de serviços de encaminhamento de mão de obra, cursos técnicos, atendimento em saúde e atividades de ressocialização. Â
O guardador de carros Edson Barbosa, 52 anos, trabalha há pelo menos oito no estacionamento embaixo do viaduto da avenida Padre Cacique com a José de Alencar. Com Ensino Médio incompleto, afirmou à equipe de abordagem que aceita mudar de trabalho caso receba uma boa oportunidade. "Não gostaria de diminuir a remuneração, mas se houver uma chance de fazer algo melhor, a gente aceita. Já trabalhei como metalúrgico e teria interesse em serviço de limpeza também", disse.Â
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Rui Felten