Município pede que greve na Rede Municipal de Ensino seja declarada ilegal

06/05/2021 20:53

A Procuradoria-Geral do Município (PGM) protocolou, na noite desta quinta-feira, 6, ação declaratória de ilegalidade de greve contra o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa). O sindicato anunciou que será deflagrada greve por tempo indeterminado na Rede Municipal de Ensino a partir desta sexta-feira, 7, às 7h. 

Na ação, o Município pede que a greve seja declarada ilegal e que a Justiça determine a manutenção de 100% da força de trabalho. A decisão pela greve ocorre em meio à negociação que vem sendo realizada desde o início da semana no âmbito do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Tribunal de Justiça (Cejusc). 

Diante da decisão do sindicato, o prefeito Sebastião Melo já antecipou que a administração municipal vai cortar o ponto dos grevistas e notificar os diretores para que justifiquem o eventual fechamento das suas escolas. “Vamos trabalhar para que nossas crianças não sejam prejudicadas, especialmente agora que estamos em pleno processo de volta às aulas presenciais, autorizadas pela Justiçaâ€, afirma Melo. 

Desde a edição do decreto estadual 55.856, que mudou a bandeira do Sistema de Distanciamento Controlado de preta para vermelha e autorizou a volta às aulas presenciais, o Simpa e outras entidades tentam obter medida judicial suspendendo o retorno. Em ação contra o Estado do Rio Grande do Sul, a juíza Cristina Marquesan da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública, negou o pedido de que fosse reafirmada liminar anterior ao novo decreto, que impedia o retorno das aulas presenciais.  Pedido do Simpa de nova suspensão das atividades ainda não foi  analisado.

De acordo com o procurador-geral do Município, Roberto Silva da Rocha, o movimento de greve é ilegal. “Em nenhum momento a decisão das atividades presenciais foi tomada com a ausência de critérios científicos e condições sanitárias. Trata-se de um movimento político e, portanto, abusivoâ€, afirma o procurador. 

O retorno das aulas presencias na Rede Municipal de Ensino da Capital ocorre de forma escalonada até o final do mês. Duzentas e oitenta e três escolas da rede municipal já estão abertas e recebendo estudantes da Educação Infantil e 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, totalizando 8.510 crianças, entre alunos dos turnos da manhã e tarde. As escolas implementaram todos os protocolos de segurança, com diminuição do número de profissionais e alunos por turma, distanciamento e testagem de profissionais da educação. Recurso extra de R$ 2,5 milhões foi repassado às escolas para a compra de itens de higiene, como álcool gel, EPIs e uniformes para os servidores.

 

Sandra Denardin

Lissandra Mendonça